Na Rua Nossa Senhora de Fátima, na Marambaia
(*) inspirado nas postagens de mesmo título do Placas Ridículas
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Agregando valor ao produto
Semana passada, publiquei a foto de uma placa situada no Mercado da Pedreira. Coloquei um título irônico, pois acreditava se tratar de mais um atentado violento à língua portuguesa, no quesito acentuação. No entanto, prestando mais atenção ao contexto, parece que quem se equivocou fui eu.
Bem ao lado da placa do dia 23/04, existe outra, complementar, que lhes apresento hoje.
Vejam que a mesma pessoa também oferece o produto pronto para uso
Ruberval, o Rei da Merda no Mercado da Pedreira.
Alguém tem coragem de comprar a macaxeira na mão dele?
Bem ao lado da placa do dia 23/04, existe outra, complementar, que lhes apresento hoje.
Vejam que a mesma pessoa também oferece o produto pronto para uso
Ruberval, o Rei da Merda no Mercado da Pedreira.
Alguém tem coragem de comprar a macaxeira na mão dele?
domingo, 26 de abril de 2009
Programação do Belenâmbulo para essa semana
Devido a compromissos profissionais, estarei impossibilitado de responder a comentários durante essa semana.
Mesmo assim, numa demonstração de respeito aos seus trinta visitantes fiéis, o Belenâmbulo deixou programada a publicação de postagens inéditas, diariamente, sempre às 18 horas.
Vale a pena conferir. (a modéstia é uma de minhas virtudes)
Mesmo assim, numa demonstração de respeito aos seus trinta visitantes fiéis, o Belenâmbulo deixou programada a publicação de postagens inéditas, diariamente, sempre às 18 horas.
Vale a pena conferir. (a modéstia é uma de minhas virtudes)
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Cosanpa "versus" água da chuva
Ontem à noite faltou água novamente.
De manhã bem cedinho, quando começou a chover forte, levantei-me e resolvi seguir o conselho deixado pelo Yúdice Andrade na caixa de comentários de outra postagem - que também abordava a interrupção no fornecimento de água sem aviso prévio - e coloquei uma bacia no quintal, com a finalidade de coletar esse líquido precioso enviado generosa e gratuitamente pelos céus.
Saí para cumprir minha atividade física matinal e retornei cerca de uma hora depois.
A bacia estava transbordando.
O abastecimento da Cosanpa já havia sido regularizado.
Apenas a título de curiosidade, enchi outra bacia com água da torneira.
Você seria capaz de apontar corretamente qual delas contém água da Cosanpa?
Quem ainda tiver dúvidas pode conferir a resposta aqui.
De manhã bem cedinho, quando começou a chover forte, levantei-me e resolvi seguir o conselho deixado pelo Yúdice Andrade na caixa de comentários de outra postagem - que também abordava a interrupção no fornecimento de água sem aviso prévio - e coloquei uma bacia no quintal, com a finalidade de coletar esse líquido precioso enviado generosa e gratuitamente pelos céus.
Saí para cumprir minha atividade física matinal e retornei cerca de uma hora depois.
A bacia estava transbordando.
O abastecimento da Cosanpa já havia sido regularizado.
Apenas a título de curiosidade, enchi outra bacia com água da torneira.
Você seria capaz de apontar corretamente qual delas contém água da Cosanpa?
Quem ainda tiver dúvidas pode conferir a resposta aqui.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
O poste
Perguntei ao Prefeito de quem era o poste,
ele por e-mail respondeu que não era seu.
Recorri ao Governador, que disse ser o poste federal,
e quanto a isso nada poderia fazer.
Então fui ao Presidente, ele disse; nada vi, nada sei.
Me vi em desalento! Um mendingo indignado disse;
o poste é meu banheiro privado.
Enquanto um transeunte que passava, olhava assustado,
um poeta dizia ser o poste um movimento literário,
onde música, teatro, poesia e arte andavam lado a lado.
Então me calo diante de tal significado, bolsa poesia;
a gente não quer só comida, quer diversão e balé.
A gente quer ver uma poesia em cada poste...
uma poesia em cada esquina,
ver à alegria esculpida em cada frase dita,
por todos aqueles que amam a poesia,
e toda forma lírica, que se resume em arte.
Rio, 19/12/07.
uma homenagem a poesia no Poste.
Rua do Rosário esquina com rua do Mercado.
Ricardo di Paula
(publicado no Recanto das Letras)
Av. Bernardo Sayão, próximo à José Bonifácio (haja poesia pra tanto poste!)
ele por e-mail respondeu que não era seu.
Recorri ao Governador, que disse ser o poste federal,
e quanto a isso nada poderia fazer.
Então fui ao Presidente, ele disse; nada vi, nada sei.
Me vi em desalento! Um mendingo indignado disse;
o poste é meu banheiro privado.
Enquanto um transeunte que passava, olhava assustado,
um poeta dizia ser o poste um movimento literário,
onde música, teatro, poesia e arte andavam lado a lado.
Então me calo diante de tal significado, bolsa poesia;
a gente não quer só comida, quer diversão e balé.
A gente quer ver uma poesia em cada poste...
uma poesia em cada esquina,
ver à alegria esculpida em cada frase dita,
por todos aqueles que amam a poesia,
e toda forma lírica, que se resume em arte.
Rio, 19/12/07.
uma homenagem a poesia no Poste.
Rua do Rosário esquina com rua do Mercado.
Ricardo di Paula
(publicado no Recanto das Letras)
Av. Bernardo Sayão, próximo à José Bonifácio (haja poesia pra tanto poste!)
terça-feira, 21 de abril de 2009
Reforma ortográfica: faça a sua! (*)
Esta foto eu recebi do Prof. Alan, e foi tirada na Padaria do Paulo, na Cidade Nova V, em Ananindeua.
(*) inspirado nas postagens de mesmo título do Placas Ridículas
(*) inspirado nas postagens de mesmo título do Placas Ridículas
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Crateras
Da Wikipédia:
Cratera é uma depressão existente no solo da terra ou de qualquer outro corpo celeste.
Pode ser provocada pelo impacto de um meteorito ou asteróide com a superfície dum planeta, satélites ou outros asteroides, sendo denominada, neste caso, de Astroblema ou cratera de impacto. Difere das crateras de origem vulcânicas que são formadas por materiais e forças oriundas das camadas geológicas do interior da terra.
Os astroblemas podem ser vistos facilmente em astros como a Lua, onde na pouca erosão podem ser conservados.
Crateras Erastóstenes e Copérnico, na Lua (Foto: Gerardo Addiego)
Cratera do Sorriso de Marte (Foto: NASA)
Na Terra, a erosão fez com que a maior parte dos astroblemas desaparecessem. Poucos são ainda visíveis. O exemplo notável é a Cratera Barringer, em Flagstaff, no Arizona, EUA, resultante da colisão de um bólito.
Cratera Barringer (Foto: U.S. Geological Survey)
Outros exemplos notáveis, e bem visíveis, pululam em todos os bairros de Belém do Pará, mas ainda não despertaram o interesse científico, nem de astrônomos, nem de geólogos, embora já tenham sido catalogados por motoristas - especialmente os de ônibus e os de táxi. Algumas crateras são tão antigas que podem, inclusive, ser batizadas e tombadas como patrimônio natural.
Tavares Bastos com Pedro Álvares Cabral, em frente à Casa Fátima
Conjunto Costa e Silva, bem no canto da Agência dos Correios da Cabanagem
Na mesma rua da anterior, já chegando na Pedro Álvares Cabral
Rua Nossa Senhora de Fátima, próximo ao Flor-de-Lis (Marambaia)
Cratera é uma depressão existente no solo da terra ou de qualquer outro corpo celeste.
Pode ser provocada pelo impacto de um meteorito ou asteróide com a superfície dum planeta, satélites ou outros asteroides, sendo denominada, neste caso, de Astroblema ou cratera de impacto. Difere das crateras de origem vulcânicas que são formadas por materiais e forças oriundas das camadas geológicas do interior da terra.
Os astroblemas podem ser vistos facilmente em astros como a Lua, onde na pouca erosão podem ser conservados.
Crateras Erastóstenes e Copérnico, na Lua (Foto: Gerardo Addiego)
Cratera do Sorriso de Marte (Foto: NASA)
Na Terra, a erosão fez com que a maior parte dos astroblemas desaparecessem. Poucos são ainda visíveis. O exemplo notável é a Cratera Barringer, em Flagstaff, no Arizona, EUA, resultante da colisão de um bólito.
Cratera Barringer (Foto: U.S. Geological Survey)
Outros exemplos notáveis, e bem visíveis, pululam em todos os bairros de Belém do Pará, mas ainda não despertaram o interesse científico, nem de astrônomos, nem de geólogos, embora já tenham sido catalogados por motoristas - especialmente os de ônibus e os de táxi. Algumas crateras são tão antigas que podem, inclusive, ser batizadas e tombadas como patrimônio natural.
Tavares Bastos com Pedro Álvares Cabral, em frente à Casa Fátima
Conjunto Costa e Silva, bem no canto da Agência dos Correios da Cabanagem
Na mesma rua da anterior, já chegando na Pedro Álvares Cabral
Rua Nossa Senhora de Fátima, próximo ao Flor-de-Lis (Marambaia)
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Tacacá
Essa é uma postagem que eu gostaria de ter escrito. Entretanto, como não-paraense, reconheço minhas limitações.
Provar o tacacá foi uma de minhas primeiras experiências antropológicas-gastronômicas ao chegar por estas plagas. À exceção do efeito do jambu - que achei o máximo -, não gostei nem desgostei do conjunto da obra (confesso que tive um pouco de nojo do aspecto da goma). Um dia eu me acostumo...
Por enquanto, o que mais me fascina são as aglomerações que se formam nas calçadas, em torno dos bons tacacazeiros. Ainda penso em registrar essa cena tão típica. Como o faço por puro prazer, fico aguardando a inspiração.
A foto e o texto a seguir foram publicados originalmente no Arbítrio do Yúdice.
_____________________________________________________________________________________
E já que a temática é paraense, que tal um tacacazinho?
Esse aí é do Renato, ali na Duque, entre Mauriti e Mariz e Barros, junto ao muro do SENAC. Na calçada, claro, como convém aos belenenses. Sempre cheio.
O tucupi – alma do tacacá, que o faz ser bom ou não – é uma delícia, no ponto certo de acidez e de sal.
A goma vem na dosagem correta, contrabalanceando o sabor forte do tucupi, sem se tornar enjoativa.
O jambú, do bom, com alto poder de tremelicagem dos lábios.
Para arrematar, cinco camarões dos graúdos, como se pode ver. Dessalgados o suficiente para não perder a graça, sem contudo comprometer o resultado.
Tudo isso por um preço bastante justo.
A foto, tirada no último dia 21 de março, não ajuda muito por ter sido tirada com o celular e pode não fazer jus à iguaria, mas asseguro que estava uma delícia.
Agora falta você recomendar a sua venda de tacacá, dizendo porque ele é bom.
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Recebi agora há pouco essa foto, ofertada pelo Lafayette, através de seu blog.
Provar o tacacá foi uma de minhas primeiras experiências antropológicas-gastronômicas ao chegar por estas plagas. À exceção do efeito do jambu - que achei o máximo -, não gostei nem desgostei do conjunto da obra (confesso que tive um pouco de nojo do aspecto da goma). Um dia eu me acostumo...
Por enquanto, o que mais me fascina são as aglomerações que se formam nas calçadas, em torno dos bons tacacazeiros. Ainda penso em registrar essa cena tão típica. Como o faço por puro prazer, fico aguardando a inspiração.
A foto e o texto a seguir foram publicados originalmente no Arbítrio do Yúdice.
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E já que a temática é paraense, que tal um tacacazinho?
Esse aí é do Renato, ali na Duque, entre Mauriti e Mariz e Barros, junto ao muro do SENAC. Na calçada, claro, como convém aos belenenses. Sempre cheio.
O tucupi – alma do tacacá, que o faz ser bom ou não – é uma delícia, no ponto certo de acidez e de sal.
A goma vem na dosagem correta, contrabalanceando o sabor forte do tucupi, sem se tornar enjoativa.
O jambú, do bom, com alto poder de tremelicagem dos lábios.
Para arrematar, cinco camarões dos graúdos, como se pode ver. Dessalgados o suficiente para não perder a graça, sem contudo comprometer o resultado.
Tudo isso por um preço bastante justo.
A foto, tirada no último dia 21 de março, não ajuda muito por ter sido tirada com o celular e pode não fazer jus à iguaria, mas asseguro que estava uma delícia.
Agora falta você recomendar a sua venda de tacacá, dizendo porque ele é bom.
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Recebi agora há pouco essa foto, ofertada pelo Lafayette, através de seu blog.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Do terraço da Sefin
Anteontem tive de ir à Sefin, na esquina da Frutuoso Guimarães com a 15 de Novembro. Estou tentando regularizar a documentação da casa onde moro, na Marambaia, mas está dando um trabalho... Lendo a postagem de ontem, temos uma ideia das origens do caos imobiliário que impera nesse bairro (minha residência está situada na antiga área dos Correios). No cartório de registro de imóveis ela está com o número 322. Porém, na fachada da casa, na sequência de procurações dos proprietários que me antecederam, e no cadastro do IPTU, a numeração declarada é sempre 20. Então solicitei uma certidão de mudança de número, na qual constassem os números antigo e novo, a fim de averbar essa informação no registro do imóvel antes de dar entrada na escritura.
Um mês após o requerimento, e depois de muitas tentativas infrutíferas, junto ao zero-oitocentos, de me informar a respeito do andamento do processo, decidi-me a ir pessoalmente à repartição.
- Divisão de Cadastro Imobiliário (DCI), quarto andar, mas o elevador só chega até o terceiro.
- Não tem problema, subo pela escada.
Ultrapassados alguns lances de escada, vários patamares, portas e divisórias... finalmente cheguei à DCI. Lá encontrei três funcionários quase sufocados entre pilhas de processos amontoados sobre um conjunto de mesas emendadas umas às outras. Eu enlouqueceria se trabalhasse ali. O atendimento foi cortês e eficaz. Meu processo e a certidão pronta foram localizados sem dificuldade. É a típica bagunça organizada!
No entanto, minha alegria durou pouco. Ao ler o documento, descobri que no cadastro da Prefeitura, o número anterior do imóvel era 316, e não 322. E agora?
Mofino e cabisbaixo, retirei-me da sala. Precisava esfriar a cabeça. Não retornei imediatamente à recepção da Secretaria. Desviei a rota e, quando me vi, estava no terraço do prédio. Que bela surpresa! Não sei quando terei a oportunidade de voltar àquele local. Obviamente, minha inseparável câmera estava comigo, e juntos conseguimos captar boas imagens de uma manhã ensolarada de pouco movimento no bairro do Comércio.
Casario antigo da Praça das Mercês
Camelódromo tão tranquilo, que até parece feriado
Torre da Igreja das Mercês
Início de recomposição florestal no telhado da Igreja
O imponente prédio ocupado pela Seccional do Comércio. (Totalmente fora de contexto aquela placa da N.R. Moda Íntima, próximo ao canto inferior esquerdo da foto. Tudo bem... é uma mulher bonita... 'tá de lingerie... mas, pô... nada a ver!)
Um mês após o requerimento, e depois de muitas tentativas infrutíferas, junto ao zero-oitocentos, de me informar a respeito do andamento do processo, decidi-me a ir pessoalmente à repartição.
- Divisão de Cadastro Imobiliário (DCI), quarto andar, mas o elevador só chega até o terceiro.
- Não tem problema, subo pela escada.
Ultrapassados alguns lances de escada, vários patamares, portas e divisórias... finalmente cheguei à DCI. Lá encontrei três funcionários quase sufocados entre pilhas de processos amontoados sobre um conjunto de mesas emendadas umas às outras. Eu enlouqueceria se trabalhasse ali. O atendimento foi cortês e eficaz. Meu processo e a certidão pronta foram localizados sem dificuldade. É a típica bagunça organizada!
No entanto, minha alegria durou pouco. Ao ler o documento, descobri que no cadastro da Prefeitura, o número anterior do imóvel era 316, e não 322. E agora?
Mofino e cabisbaixo, retirei-me da sala. Precisava esfriar a cabeça. Não retornei imediatamente à recepção da Secretaria. Desviei a rota e, quando me vi, estava no terraço do prédio. Que bela surpresa! Não sei quando terei a oportunidade de voltar àquele local. Obviamente, minha inseparável câmera estava comigo, e juntos conseguimos captar boas imagens de uma manhã ensolarada de pouco movimento no bairro do Comércio.
Casario antigo da Praça das Mercês
Camelódromo tão tranquilo, que até parece feriado
Torre da Igreja das Mercês
Início de recomposição florestal no telhado da Igreja
O imponente prédio ocupado pela Seccional do Comércio. (Totalmente fora de contexto aquela placa da N.R. Moda Íntima, próximo ao canto inferior esquerdo da foto. Tudo bem... é uma mulher bonita... 'tá de lingerie... mas, pô... nada a ver!)
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Os Correios e a Marambaîa
Após a boa repercussão da conversa que tive com Seu Mário, a qual inspirou um projeto, sem prazo de conclusão, de resgate da memória da Marambaîa, pedi a ele que me apresentasse alguns radiotelegrafistas dos Correios – os pioneiros do bairro.
- Tem Seu Campello, tem Seu Paulo, tem Dona Ercília, que é viúva de um radiotelegrafista...
- Qual deles é mais conversador?
- Ah... Seu Campello, com certeza!
- E como faço para falar com ele?
- Ele mora bem aí – respondeu Seu Mário, apontando para a casa em cuja calçada estaciona diariamente sua carrocinha de lanches – De vez em quando ele fica lendo aí no terraço. Dia de domingo você não o encontra em casa, porque ele vai à Tuna. Acho que faz parte da diretoria.
Poucos dias depois, conheci o Sr. Laurimar Campello, expus-lhe minhas intenções e marcamos um horário para conversar. A informação de Seu Mário não estava errada... O homem passou quase duas horas falando sobre TUDO! E olhem que “tudo”, para um senhor de 75 anos, não é pouca coisa. Como eu não havia planejado a entrevista, e nem tenho preparo específico para isso (como jornalista sou um bom agrônomo...), deixei-me levar pelos seus relatos contagiantes. Começamos, conforme proposto, com a história da Marambaia. Todavia, de maneira muito natural (como são os bons papos informais), o assunto escorregou para trabalho... viagens... educação... filhos (o trabalho e o orgulho que dão aos pais)... netos... bisnetos... mulheres... casamento... separação... crenças... destino... e outros temas filosóficos fundamentais da humanidade. Quando me dei conta, constatei que pouco havíamos conversado sobre o propósito original. Ah! Tenham santa paciência!!! Também não preciso ser tão racional e objetivo! O cara estava empolgado falando sobre a vida dele... eu, hipnotizado ouvindo suas peripécias... Eu ia bem interrompê-lo e pedir que “não fugisse do tema proposto”?!?! Não... Pelo amor de Deus...
Seu Campello se mudou para a Marambaia em 1962, ocupando uma das casas destinadas aos funcionários do então Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). Tais residências foram construídas em 1954 (“...ninguém queria vir morar aqui...”), quando se lançou o projeto de transferir a estação de radiotelegrafia – chamada de sintonia – da Almirante Barroso (onde hoje funciona a Agência da Cabanagem) para o bairro da Marambaia. No entanto, essa transferência só veio se concretizar em 1975, com a instalação de dezesseis torres de recepção na área do atual Conjunto Euclides Figueiredo.
Na sintonia dos Correios, eram enviados e recebidos os telegramas de diversas outras estações, como Manaus, São Luís e Brasília. A jornada de trabalho dos radiotelegrafistas era de seis horas, durante as quais cada um (eram seis no total) decodificava cerca de 400 telegramas, através dos pontos e traços de Morse.
A carreira de Seu Campello nos Correios se iniciou em junho de 1945, quando ingressou na instituição, aos 12 anos de idade, como estafeta (entregador de telegramas). Em pouco tempo galgou os cargos de mensageiro e carteiro, até chegar a telegrafista, aos 16 anos. Naquela época, chegou a dar aulas sobre o assunto, na Escola Amélia Fonseca, na Pedreira. Como havia uma grande demanda por esse tipo de profissional, e o horário de trabalho permitia, Seu Campello fez vários bicos, trabalhando para a Empresa de Navegação da Amazônia (ENASA, que era proprietária da área vendida “a preço de banana” para a construção dos Conjuntos Médici), para a Varig/Cruzeiro, onde fazia a comunicação das listas de passageiros dos voos, e para o jornal A Província do Pará, no qual era encarregado de receber as mensagens da agência de notícias ITT, sediada no Rio de Janeiro, que fazia suas transmissões diariamente, das 18:30 às 21 horas.
Com início das atividades da estação de radiotelegrafia, a pressão habitacional sobre a área dos Correios se intensificou. Entre a rua da Mata e a da Marinha, todo aquele apetitoso vazio populacional de 1600 m x 3000 m pertencia à instituição. Qualquer um que erguesse um barraco e nele atasse uma rede era removido do local e recebia um lote de cinco por vinte metros fora do perímetro de risco. Tal prática se tornou um grande negócio, tanto para os invasores (“...depois viemos saber que alguns deles possuíam até vilas em outros bairros...”), quanto para os funcionários dos Correios responsáveis pela distribuição dos lotes (que recebiam muitos “favores”, nem sempre financeiros, especialmente quando os invasores eram invasoras, em troca de uma boa localização). Nota-se que palavras como alinhamento e noventa graus não faziam parte do vocabulário dos urbanistas de ocasião, resultando no mosaico desordenado que é hoje o nosso bairro.
No final da década de 1970, a Marambaia – à direita de quem chega pela Rodolfo Chermont, vindo da Tavares Bastos – era uma grande invasão. Campos de futebol, como o do Brasilândia (na área do atual supermercado Ponto Certo) e o do São Joaquim (próximo à Marinha) foram vorazmente sufocados por um amontoado de casas distribuídas de maneira caótica ao longo de passagens estreitas e tortuosas.
Pouco tempo depois da transferência da sintonia dos Correios, a empresa passou por mudanças profundas, com a sua desvinculação da estrutura do poder executivo federal, e a criação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT). [Segundo o site dos Correios, isso aconteceu em 1969, mas eu é que não vou duvidar do relato de meu historiador!] Em 1979, a estação foi desativada. Naquele mesmo ano, o que restava da área deu lugar ao Conjunto Euclides Figueiredo, assim batizado em homenagem ao pai do então Presidente da República.
Em 1980, com 35 anos de serviços prestados, Seu Campello se aposentou dos Correios. Incansável, após uma breve temporada trabalhando para a Andrade Gutierrez em Carajás, foi aprovado no concurso da Marinha e fundou o curso de Oficial de Radiocomunicação, no Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA), onde formou dez turmas, até o ano 2000, com o encerramento das atividades. A tecnologia que ele dominou com maestria durante cinco décadas havia se tornado obsoleta. “Hoje qualquer celular faz muito mais do que eu fazia...”
- Tem Seu Campello, tem Seu Paulo, tem Dona Ercília, que é viúva de um radiotelegrafista...
- Qual deles é mais conversador?
- Ah... Seu Campello, com certeza!
- E como faço para falar com ele?
- Ele mora bem aí – respondeu Seu Mário, apontando para a casa em cuja calçada estaciona diariamente sua carrocinha de lanches – De vez em quando ele fica lendo aí no terraço. Dia de domingo você não o encontra em casa, porque ele vai à Tuna. Acho que faz parte da diretoria.
Poucos dias depois, conheci o Sr. Laurimar Campello, expus-lhe minhas intenções e marcamos um horário para conversar. A informação de Seu Mário não estava errada... O homem passou quase duas horas falando sobre TUDO! E olhem que “tudo”, para um senhor de 75 anos, não é pouca coisa. Como eu não havia planejado a entrevista, e nem tenho preparo específico para isso (como jornalista sou um bom agrônomo...), deixei-me levar pelos seus relatos contagiantes. Começamos, conforme proposto, com a história da Marambaia. Todavia, de maneira muito natural (como são os bons papos informais), o assunto escorregou para trabalho... viagens... educação... filhos (o trabalho e o orgulho que dão aos pais)... netos... bisnetos... mulheres... casamento... separação... crenças... destino... e outros temas filosóficos fundamentais da humanidade. Quando me dei conta, constatei que pouco havíamos conversado sobre o propósito original. Ah! Tenham santa paciência!!! Também não preciso ser tão racional e objetivo! O cara estava empolgado falando sobre a vida dele... eu, hipnotizado ouvindo suas peripécias... Eu ia bem interrompê-lo e pedir que “não fugisse do tema proposto”?!?! Não... Pelo amor de Deus...
Seu Campello se mudou para a Marambaia em 1962, ocupando uma das casas destinadas aos funcionários do então Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). Tais residências foram construídas em 1954 (“...ninguém queria vir morar aqui...”), quando se lançou o projeto de transferir a estação de radiotelegrafia – chamada de sintonia – da Almirante Barroso (onde hoje funciona a Agência da Cabanagem) para o bairro da Marambaia. No entanto, essa transferência só veio se concretizar em 1975, com a instalação de dezesseis torres de recepção na área do atual Conjunto Euclides Figueiredo.
Na sintonia dos Correios, eram enviados e recebidos os telegramas de diversas outras estações, como Manaus, São Luís e Brasília. A jornada de trabalho dos radiotelegrafistas era de seis horas, durante as quais cada um (eram seis no total) decodificava cerca de 400 telegramas, através dos pontos e traços de Morse.
A carreira de Seu Campello nos Correios se iniciou em junho de 1945, quando ingressou na instituição, aos 12 anos de idade, como estafeta (entregador de telegramas). Em pouco tempo galgou os cargos de mensageiro e carteiro, até chegar a telegrafista, aos 16 anos. Naquela época, chegou a dar aulas sobre o assunto, na Escola Amélia Fonseca, na Pedreira. Como havia uma grande demanda por esse tipo de profissional, e o horário de trabalho permitia, Seu Campello fez vários bicos, trabalhando para a Empresa de Navegação da Amazônia (ENASA, que era proprietária da área vendida “a preço de banana” para a construção dos Conjuntos Médici), para a Varig/Cruzeiro, onde fazia a comunicação das listas de passageiros dos voos, e para o jornal A Província do Pará, no qual era encarregado de receber as mensagens da agência de notícias ITT, sediada no Rio de Janeiro, que fazia suas transmissões diariamente, das 18:30 às 21 horas.
Com início das atividades da estação de radiotelegrafia, a pressão habitacional sobre a área dos Correios se intensificou. Entre a rua da Mata e a da Marinha, todo aquele apetitoso vazio populacional de 1600 m x 3000 m pertencia à instituição. Qualquer um que erguesse um barraco e nele atasse uma rede era removido do local e recebia um lote de cinco por vinte metros fora do perímetro de risco. Tal prática se tornou um grande negócio, tanto para os invasores (“...depois viemos saber que alguns deles possuíam até vilas em outros bairros...”), quanto para os funcionários dos Correios responsáveis pela distribuição dos lotes (que recebiam muitos “favores”, nem sempre financeiros, especialmente quando os invasores eram invasoras, em troca de uma boa localização). Nota-se que palavras como alinhamento e noventa graus não faziam parte do vocabulário dos urbanistas de ocasião, resultando no mosaico desordenado que é hoje o nosso bairro.
No final da década de 1970, a Marambaia – à direita de quem chega pela Rodolfo Chermont, vindo da Tavares Bastos – era uma grande invasão. Campos de futebol, como o do Brasilândia (na área do atual supermercado Ponto Certo) e o do São Joaquim (próximo à Marinha) foram vorazmente sufocados por um amontoado de casas distribuídas de maneira caótica ao longo de passagens estreitas e tortuosas.
Pouco tempo depois da transferência da sintonia dos Correios, a empresa passou por mudanças profundas, com a sua desvinculação da estrutura do poder executivo federal, e a criação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT). [Segundo o site dos Correios, isso aconteceu em 1969, mas eu é que não vou duvidar do relato de meu historiador!] Em 1979, a estação foi desativada. Naquele mesmo ano, o que restava da área deu lugar ao Conjunto Euclides Figueiredo, assim batizado em homenagem ao pai do então Presidente da República.
Em 1980, com 35 anos de serviços prestados, Seu Campello se aposentou dos Correios. Incansável, após uma breve temporada trabalhando para a Andrade Gutierrez em Carajás, foi aprovado no concurso da Marinha e fundou o curso de Oficial de Radiocomunicação, no Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA), onde formou dez turmas, até o ano 2000, com o encerramento das atividades. A tecnologia que ele dominou com maestria durante cinco décadas havia se tornado obsoleta. “Hoje qualquer celular faz muito mais do que eu fazia...”
terça-feira, 14 de abril de 2009
Futebol feminino na Marambaia
Passando pela entrada do Conjunto Euclides Figueiredo, uma dúvida me atormenta...
... que jogo é esse que atrai tantos espectadores?
Ora!!! Qual é a graça de ver um monte de mulheres correndo atrás de uma bola?
Tá explicado!
Já entendi!!!
Ah... e elas jogam direitinho, viu?
Serviço:
Jogo das meninas
Local: arena localizada na entrada do Conjunto Euclides Figueiredo (Marambaia)
Horário: todo sábado, a partir das 19 h
... que jogo é esse que atrai tantos espectadores?
Ora!!! Qual é a graça de ver um monte de mulheres correndo atrás de uma bola?
Tá explicado!
Já entendi!!!
Ah... e elas jogam direitinho, viu?
Serviço:
Jogo das meninas
Local: arena localizada na entrada do Conjunto Euclides Figueiredo (Marambaia)
Horário: todo sábado, a partir das 19 h
segunda-feira, 13 de abril de 2009
"Eu me perdi na selva de pedra, eu me perdi, eu me perdi..."
Foto publicada na Feira de Utilidades, gentilmente cedida pela Let Azevedo.
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Edifício Manuel Pinto da Silva
Belém - Pará
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Edifício Manuel Pinto da Silva
Belém - Pará
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Gárgulas
Gárgulas da Catedral de Notre Dame, Paris
(Foto copiada de A Beleza de Todas as Coisas)
Gárgulas chinesas
(Foto copiada de No Oriente)
Gárgulas murenas, no bairro da Condor
(Foto copiada de A Beleza de Todas as Coisas)
Gárgulas chinesas
(Foto copiada de No Oriente)
Gárgulas murenas, no bairro da Condor
quinta-feira, 9 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
União pelo saneamento
terça-feira, 7 de abril de 2009
Praia do Guamá
Enquanto durarem as obras do Portal da Amazônia, os moradores das imediações da Estrada Nova terão uma excelente opção de lazer bem na porta de casa: uma praia ampla, quase deserta, de águas tranquilas... bela paisagem.
Que façam bom uso!
Que façam bom uso!
segunda-feira, 6 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009
Água ou suco de tamarindo?
Sábado à noite faltou água na Marambaia (prá variar...). Ao contrário de domingo passado, dessa vez não houve aviso prévio, portanto, não me foi dada a oportunidade de fazer uma reserva para atender às minhas necessidades básicas. Já era tarde... já havia tomado banho... para escovar os dentes eu me virei com água mineral... não havia mais nada que eu pudesse fazer a não ser ir me deitar, com a crença de que tudo estaria resolvido na manhã seguinte.
Não estava...
A situação começou a ficar séria. O despertar consome uma boa quantidade de água. E com a pontualidade britânica de meu intestino, então...
Procurei na internet alguma informação sobre a interrupção no abastecimento. Em vão.
Liguei para o tradicional 08007071195 da Cosanpa, mas "todas as atendentes estavam ocupadas"... Não sei por que ainda insisto. Nunca esse zero oitocentos me resolveu nada. Pelo menos, consolou-me saber que "a minha ligação era muito importante para eles". Imagine se não fosse!
Minha derradeira esperança então se concentrou naquela torneira-salvadora-a-meio-metro-do-chão. Girei o registro vagarosamente, num misto de fé e receio. Um longo suspiro... um longo suspense... água!!! Água???
Vejam a foto e tirem suas conclusões.
Não estava...
A situação começou a ficar séria. O despertar consome uma boa quantidade de água. E com a pontualidade britânica de meu intestino, então...
Procurei na internet alguma informação sobre a interrupção no abastecimento. Em vão.
Liguei para o tradicional 08007071195 da Cosanpa, mas "todas as atendentes estavam ocupadas"... Não sei por que ainda insisto. Nunca esse zero oitocentos me resolveu nada. Pelo menos, consolou-me saber que "a minha ligação era muito importante para eles". Imagine se não fosse!
Minha derradeira esperança então se concentrou naquela torneira-salvadora-a-meio-metro-do-chão. Girei o registro vagarosamente, num misto de fé e receio. Um longo suspiro... um longo suspense... água!!! Água???
Vejam a foto e tirem suas conclusões.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Atravessando com segurança
Passarelas são locais esquisitos.
Nelas, é comum vermos pessoas paradas, sem rumo aparente, contemplando o trânsito de nossas avenidas mais movimentadas. Deve ser um exercício relaxante. Eu seria capaz de passar horas fazendo isso... No entanto, trata-se de uma atitude, no mínimo, suspeita, o que leva muita gente a optar por travessias arriscadas, para evitar o risco de assaltos.
Apesar do abandono a que se relegam essas vias para pedestres, de vez em quando... mas muito de vez em quando existem guardiões da lei e da ordem marcando presença, e nos transmitindo uma confortável sensação de segurança. Foi o que aconteceu anteontem, na passarela em frente ao Cefet, na Almirante Barroso.
Como não sei quando testemunharei esse fenômeno bissexto novamente, preferi deixá-lo registrado para a posteridade.
Nelas, é comum vermos pessoas paradas, sem rumo aparente, contemplando o trânsito de nossas avenidas mais movimentadas. Deve ser um exercício relaxante. Eu seria capaz de passar horas fazendo isso... No entanto, trata-se de uma atitude, no mínimo, suspeita, o que leva muita gente a optar por travessias arriscadas, para evitar o risco de assaltos.
Apesar do abandono a que se relegam essas vias para pedestres, de vez em quando... mas muito de vez em quando existem guardiões da lei e da ordem marcando presença, e nos transmitindo uma confortável sensação de segurança. Foi o que aconteceu anteontem, na passarela em frente ao Cefet, na Almirante Barroso.
Como não sei quando testemunharei esse fenômeno bissexto novamente, preferi deixá-lo registrado para a posteridade.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Almoção!!!
Vejam esta pérola encontrada por meu fornecedor e amigo Alex Lacerda em Nova Esperança do Piriá.
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quarta-feira, 1 de abril de 2009
Reforma ortográfica: faça a sua! (*)
É isso aí! Vamos prezervar a natureza!
O criadouro deve ser do mesmo cara que concerta celulares, TV, DVD, som...
(*) inspirado nas postagens de mesmo título do Placas Ridículas
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