Abrindo a porta de nossa casa em Mosqueiro, o visual que temos todos os dias é este. Nem preciso detalhar o prazer que este pequeno espaço nos proporciona há mais de 5 décadas.
Não há como evitar contemplar o horizonte e aprender seu funcionamento, seus atores sistemáticos e/ou ocasionais. Quando são ocasionais, fazem grande sensação, como foi o caso da passagem do iate Britannia, conduzindo nada menos do que o Príncipe Charles e a Princesa Diana, em visita a amazônia, há alguns anos atrás. Ou quando por lá, obrigatoriamente transitam os grandes e luxuosos transatlânticos, cada vez mais raros por estas paragens.
Mas enquanto o ocasional não faz a sua festa, que tal mostrar os atores sistemáticos.
Pode-se ver, por exemplo, a chegada de uma bela tempestade, como esta, trazendo várias tonalidades as cores tradicionais das tardes.
Ou então, aperceber-se daquilo que os antigos tanto demoraram a entender. Como a curvatura da terra, perceptível ao observarmos as embarcações no horizonte, com lentes poderosas.
Como este navio, que ao longe, só mostra seus mastros e parte da ponte de comando. O resto, ainda não apareceu. Está subindo ou então envolto no fenômeno de refração da luz solar. Ou os dois.
Pode-se também observar no início da manhã e no meio da tarde, as andanças das balsas (ou "pocilgas" como afirma o parceiro Juvêncio), em seu trajeto diário para a ilha de Marajó, quase em frente a praia de Murubira, no Mosqueiro. Elas aparecem bem pequenas, com a máxima ampliação das lentes. Mas no detalhe, ampliado pelo Photoshop, pode-se confirmar a observação.
Falando da ilha de Marajó, a visão de seu arquipélago ocupa quase que 50% do horizonte no Murubira. O restante, é caminho de mar aberto. Na imagem acima, vemos uma das últimas ilhas no caminho do porto de Camará (já na ilha de Marajó). De longe, nós vemos assim. De perto, quando vamos ao Marajó, vemos que este contorno arborizado, é delineado na verdade, por mangues de quase 30 metros, fazendo importante destaque no horizonte visto do Murubira.
Mas se olhar para o horizonte lhe deixar chegar o cansaço, pode também olhar para cima. Com um bom tempo, podemos supreender belas formações de nuvens...
... ou sermos premiados com a lua.
Por aquelas bandas, se conseguirmos evitar os aleijados mentais que insistem em estacionar seus carrões (e lá vi um Honda Civic e um Mitsubishi) e atacar de SuperPop em altíssimo volume, podemos sim usufruir de belas e poéticas imagens. Que os aleijados, de tão carentes, não conseguem enxergar.
Nada a mais do que o seu maldito nariz.
Publicada originalmente no Flanar, em 26/05/2008
2 comentários:
Muito lindo mesmo. Essa casa deve ser uma delícia. 50 anos???
É fantástica, Alcilene.
E tem um pouquinho mais que 50 anos, mas já foi construída com estilo contemporâneo.
Abs
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